A experiência de outros países atingidos pela pandemia do COVID-19 evidencia que um dos grupos vulneráveis são as pessoas com mais de 65 anos e portadores de co morbilidade (pessoas com diversas doenças associadas).
Quanto mais elevada é a idade, maior o risco de letalidade e mortalidade. Por isso, justificam se as medidas de promoção do isolamento profilático, bem como de proibição de visitas a lares de idosos, de encerramento de centros de dia e de inibição de contactos com netos, outros membros da família e da comunidade.
O MURPI salienta as conclusões de vários estudos, em diversos países, relativamente às consequências para as pessoas idosas das situações de solidão e falta de laços sociais, que se expressam pelo agravamento de problemas já existentes e aumentam o risco de depressão, ansiedade e mesmo de morte prematura.
Consciente dos problemas de saúde mental das pessoas idosas e das consequências resultantes do período de confinamento domiciliário ou institucional a que vão estar sujeitas, o MURPI considera ser de importância capital o papel da comunicação social como veículo portador de mensagens de confiança, tranquilidade e de segurança, em vez de programas de informação alarmistas, «tremendistas» e apocalípticos que agravam o medo, a angústia, o desassossego e a desorientação.
O MURPI realça o importante papel que os órgãos da comunicação social têm como agentes ativos da promoção de informação aos idosos, elevando o seu esclarecimento relativamente aos comportamentos, contribuindo, deste modo, para a prevenção da propagação do COVID-19, ao mesmo tempo que pode e deve contribuir, através de uma programação adequada, para minorar as consequências do isolamento profilático na sua saúde mental.
O MURPI recomenda, por isso, que sejam equacionadas medidas que possam contribuir para minorar alguns destes efeitos adversos:
- Programação específica nos programas da rádio e da televisão de canal aberto em períodos do dia que fomentem uma ocupação saudável do tempo;
- Diversificação e criação de jogos recreativos culturais, leituras de livros e promoção de histórias locais interativos;
- As associações de reformados, pensionistas e idosos empenhar-se-ão na promoção de ações a desenvolver pelos seus animadores culturais utilizando as redes sociais e os contactos pelo telefone aos seus associados.